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Em breve: report sobre a LT1

Guest: DanielFolhas @ 2020-09-21 15:19:13 GMT Linguagem Traduzir   
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Graças à disponibilidade do camarada Roque tive a oportunidade de voar mais de uma hora com a nova LT1 da SOL e deixo aqui algumas impressões que podem ser úteis a outros pilotos. 
 
Tinha alguma curiosidade de experimentar esta asa pela novidade de estarmos perante o conceito duas linhas aplicado a uma asa mais compacta do que é habitual vermos na classe D ou CCC de competição.  
 
O tamanho utilizado foi o XS 70-85kgs, o mais pequeno oferecido pela marca e, como as condições inicialmente eram de vento fraco e actividade térmica suave, decidimos usar o meu velhinho Advance Impress M para assim aliviar a asa do peso extra do Ozone Exoceat e voar entre os 75 e os 80kgs.
Como há muitos anos não voo regularmente asas abaixo do escalão D ou classe open não sou a pessoa mais indicada para estabelecer comparações entre esta asa, que a marca insere comparativamente no escalão C, e outras máquinas do mesmo escalão mas a minha curiosidade centrava-se no facto de também voar actualmente uma duas linhas mais alongada e perceber aqui as diferenças e/ou semelhanças.
 
Perante a condição fraca na descolagem foi necessário alguma energia para inflar a asa e obter a pressão necessária para abrir completamente os estábilos, naquilo que poderia muito bem ter sido uma descolagem alpina, mas acredito que com um pouco mais de vento o inflado e descolagem seriam intuitivos e sem segredos. Faltou um pouco mais de trabalho de inflado para ter uma opinião completamente abalizada mas isso só na Fonte Coberta em tempo de "relva" pois a asa está à venda e não faria sentido fazer isso no piso mais duro da Redinha. A diferença para a Enzo é que não verifiquei tendência alguma para o efeito "croissant" na descolagem, pelo contrário a asa parece obter a pressão inicial na zona central ficando os estábilos a aguardar o aumento da pressão interna. Não aconteceu mas fiquei com a sensação de que se tivesse descolado com um estábilo engravatado a asa teria seguido em frente sem grande problema.
 
Ao sair percebi porque razão o Roque colocou uns mini-batoques nos destorcedores permitindo desse modo pilotar com os braços mais acima numa posição mais confortável em voo térmico. Nisso a LT1 é parecida com as suas primas mais alongadas que têm os manobradores muito em baixo para estabelecer a curvatura ideal do cordame saído do bordo de fuga. Como estou habituado a asas com uma resposta mais direta achei que os primeiros 10cm da LT1 podiam ser menos elásticos, mas também sei por experiência de ter experimentado outras asas da categoria C que, provávelmente, esta caracteristica está patente em mais asas do que eu pensava... Realmente tirando a minha 1ª asa, uma 1/2 de escola, todas asas que tive tinham um mando bastante rápido e direto e a unica com que voei centenas de horas que se podia aproximar da classe C, a Ozone Octane, uma classe 2 na altura, foi só uma das primeiras asas a ser utilizada em acro.. Estou por isso talvez mal habituado no que ao mando diz respeito e acredito que esta LT1 não fuja, neste capitulo, aos parâmetros das suas concorrentes, até porque numa das ultimas que experimentei, a Sigma, fiquei exactamente com a mesma sensação relativa ao mando. Também acedito que a asa no peso máximo tenha uma resposta mais rápida nesse 
primeiro palmo de fio até porque percorridos esses cms na polia a viragem torna-se mais rápida, incisiva e também mais fisica. Para o piloto mais inexperiente talvez seja boa ideia não meter "a carne toda no assador" pois um mando de resposta rápida desde o 1º cm exige uma sensibilidade que poderá ainda não ter sido completamente adquirida na classe. De qualquer maneira o modo como o mando endurece no segundo terço do recorrido dá garantias que será dificil meter a asa em perda sem algum músculo.
 
De resto achei que a asa rodava bem com o recurso aos mini-batoques e tendo e em conta que no inicio alguns núcleos eram estreitos quando se estava baixo a asa comportou-se muito bem com o manobrador de dentro bem puxado, sem dar sinal de se querer "desmontar" devido ao desiquilibrio de pressão provocado. Nesse aspecto é bem mais dificil meter esta duas linhas em perda ou em spin do que uma Enzo XS! Nem sequer cheguei a sentir que isso pudesse acontecer durante o voo apesar de ter apertado bastante em algumas termicas estreitas. O que acontece, e isso é comum à prima mais velha é que a asa sente a falta de velocidade e não gosta muito de voar perto do limite minimo, o que é natural numa duas linhas. 
 
A humidade relativa era alta e por isso a turbulência do dia não foi de modo a tirar conclusões peremptórias acerca do comportamento da asa em turbulência forte mas, com o aumento gradual do vento, a actividade térmica foi suficiente para perceber que esta asa é bastante mais compacta e estável do que a prima Enzo mas não ao ponto de ser uma opção para quem voa uma B pacifica de escola que habitualmente rola sobre carris. Ou seja, é uma asa compacta mas transmite o que se passa no ar em seu redor e talvez filtre menos do que uma 3 bandas com o mesmo alongamento. Pessoalmente prefiro uma asa que comunique com o piloto pois os potenciais incidentes devido a turbulência são em geral identificados antes de acontecerem. Também acho que voar mais perto do peso maximo irá retirar dela melhor comportamento e perfomance, leia-se mais solidez e velocidade.
 
A pilotagem com os batoques não é tão efectiva como na Enzo, por ser mais fisica e menos ágil. Acho que os batoques estão um pouco curtos e praticamente não dão para utilizar mais do que 2 dedos o que se pode tornar cansativo num voo longo. De todo o modo não é um problema insoluvel. Também não pude recorrer muito a este tipo de pilotagem porque não estava num voo de XC e a constante proximidade com as encostas obrigava a pilotar com os manobradores.  
 
Queria finalizar com as impressões mais positivas desta boa máquina da SOL não esquecendo que se trata de uma XS, o modelo mais pequena da gama. Tendo em conta o meu peso e o facto de ter e voar uma Enzo XS e asas com menos de 20 metros quadrados, como a U4 transformada pelo próprio Roque, julgo estar em posição de poder avaliar uma asa deste tamanho porque estou absolutamente consciente das dificuldades que enfrentam os pilotos mais leves ao pilotar parapentes com este tipo de áreas e caracteristicas. 
 
Por isso mesmo seria injusto não salientar o facto de esta asa subir muito bem em térmica ao lado de asas C e D de tamanho M e mesmo L sem ter necessariamente de se estar por cima do "vulcão" o que não deixa de ser notável. Estou em crer que esta asa nos tamanhos maiores também será uma proposta muito interessante.
 
Deixo o melhor desta máquina para o fim, a sua velocidade de trim e sobretudo acelerada, grande comportamento com acelerador a 1 cm do limite ( a afinação da Impress não deu para mais) com a asa a comer terreno como se fora uma asa de outro alongamento sem denotar grande perda de altitude ou afundamento. Acho que aqui a SOL ganhou completamente a aposta pois esta asa vai fazer felizes os donos que queiram dela fazer uma máquina de XC, mais compacta do que a maioria das duas linhas do mercado mas com perfomances idênticas a asas de outros escalões. 
 
Uma palavra para a SOL que teve a coragem de investir em algo out of the box. O facto de só ter certificação CCC vai ( injustamente ) afastar alguma clientela já sabemos mas eu preferia que todas as marcas investissem mais em inovação mesmo que cortassem nos custos de algumas homologações!
 
Espero ter sido útil.
Agradecimentos ao Roque Santos.
PortugalDanielFolhas @ 2020-09-24 20:47:37 GMT Linguagem Traduzir   
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