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To pee or not to pee, there's the question!
 
O voo podia ter corrido melhor sob determinados aspectos e deixou algumas sequelas físicas.
 
Comecei por me esquecer da Enzo e da bateria do localizador no camping. Quanto à asa o problema não chegaria a sê-lo o irónico é que há muitas dezenas de voos que não preciso do localizador e é claro que tinha de ser neste dia que iria dar geito!
 
Por incrivel que pareça lesionei-me mesmo antes sequer de ter tirado os pés do chão, ao colocar o "maple" da Ozone às costas, pois fiz uma contractura lombar (a PI não perdoa!) Em lugar de desistir da descolagem decidi continuar e constato que tenho de rodar as 1ªs térmicas como se fosse sentado numa cadeira de escola!
 
Claro que estive vai não vai para desistir mas com o "aquecimento" lá fui conseguindo encostar as costas à arnês e continuar o voo. Consegui acertar com a confluência azul com a preciosa ajuda das eólicas e verifiquei que passados alguns cizalhamentos aos 1700m ou 2.100m, por exemplo, a térmica se organizava, e o voo era agradável pois o vento fraco não criava muita turbulência.
 
Não era possível avançar com médias muito altas pois nos 1ºs dois terços do voo apanhei vento leste em altitude. Também apanhei SE e sul. Abaixo dos 2000m apanhei vento norte durante muito tempo e por vezes lestes e só no último terço do voo é que comecei a derivar para leste acima dos 2000m com vento fraco, permitindo elevar um pouco a média nas transições.
 
Como se não bastassem as dores lombares, por volta do km 60, a bexiga começou a ameaçar rebentar..! Ou seja, quando finalmente a deriva começava a ajudar e as térmicas de final de tarde começavam a ser quase 100% previsiveis num registo Nnw do chão aos 2000m e oeste fraco a partir daí, fazendo antever a possibilidade de fechar a loja nos 3 digitos sem grande stress, a put.. da bexiga decide ameaçar explodir!
 
Cometo o erro de não aterrar logo ao km 60 e estico a coisa para mais 10kms com vista a aterrar no planalto que via para leste. Na última térmica, aos 2500m, praticamente sem conseguir pensar noutra coisa que não urinois, decido sair para aterrar quando aquilo dava os 3000m praticamente de graça, e meto pata a fundo para aterrar rés-vés depois das árvores no início da zona de pasto! Finalmente um "WC"!
 
Aliviado do inferno mictório onde tinha estado, olho à minha volta e desconfio da potencial pequena alhada onde me via metido. Relativamente longe da estrada mais próxima esperavam-me, um calor abrasador, 3 ida e volta para transportar o material até àquela via (duas para transporte e uma para procurar uma T-shirt que, entretanto, me tinha caído pelo caminho).
 
Para completar o ramalhete a recolha, ao contrário do habitual, não estava a conseguir dar com o início da estrada de acesso em El Bodon e, com medo de se meter numa via campestre às portas do sol poente, coloca-me a tarefa de fazer 3kms a pé até à aldeia. Escusado será dizer que no estado em que tinha a lombar só levar o cockpit e o polar já foi um sacrifício!
 
Encontrámo-nos já lusco-fusco e ainda tinhamos de ir buscar o material, tinham entretanto passado cerca de 3 horas desde que tinha aterrado.. Cheguei ao camping pelas 23h30 como se tivesse feito pelo menos uns 150kms... 
 
Moral da história: Se não queres mijar a cueca não vale a pena tentar fazer mais uma térmica porque vais aterrar no limite do suportável sem o discernimento necessário para a melhor escolha de local. Para quem gosta há sempre a possibilidade de uso dos artefactos inventados para situações do género.
No final o que me chateia mesmo é a contractura e as implicações disso, o resto é história.      
 
PortugalDanielFolhas @ 2020-08-07 14:11:22 GMT Linguagem Traduzir   
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