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A história deste voo tem inicio logo pela manhã quando, à passagem pela zona de Amarante, e à vista do Monte Farinha e das eólicas do 
 
Marão, do céu ainda completamente azul, a única informação útil que se apresentava era justamente o facto das ditas torres nos mostrarem 
 
a orientação oeste do vento, o que, pelas 11h30 não correspondia ao SW fraco das previsões que eu esperava ver suplantado pelas brisas 
 
leste com origem no lado nascente do conjunto Alvão-Marão... 
Esta constatação fez-me desconfiar que a entrada "madrugadora" do oeste seria, em boa parte, responsável por uma respectiva deslocação 
 
da potencial confluência para leste, afastando dessa forma, como realmente veio a acontecer, o aparecimento na zona de descolagem até 
 
ao Alvão das apeteciveis e úteis formações nubelosas que todos os pilotos que se deslocaram alí desejavam ver!
 
Depois de um belo picnic na companhia da familia no bonito parque de merendas de Mondim e já a saborear a bica no Nova Iorque, 
 
apercebi-me que o relax da espera pelo aparecimento de cúmulos iria dar origem a algum stress de partida pois ao olhar para leste 
 
vislumbravam-se claramente boas formações a leste de toda a linha do Alvão! Era tempo de subir e descolar, mesmo com térmica azul era de 
 
arriscar tentar chegar e tanspôr o planalto pois os oeste "madrugadores" em Mondim normalmente teem o efeito de "puxar" a brisa maritima 
 
mais cedo...
 
Descolei já na presença dos restantes "sócios" locais, e não só, para alguns minutos depois ter direito ao calafrio do dia: meio escondido 
 
pelo neopren da minha nova Exoceat não reparei na equipagem que o mosquetão direito não fechara completamente pois como o mesmo 
 
assume uma posição algo inclinada, a banda tinha encostado ao ângulo perto do fecho impedindo desse modo o "click" de engate e o 
 
completo encaixe do fecho!  A bem dizer, isto nos videos dos outros parece tudo mais simples! Imediatamente pensei que teria de aterrar 
 
pois, no caso de um assimétrico daquele lado, a perda de pressão na banda poderia dar origem a uma situação bastante complicada!  Como 
 
também não sabia o que poderia acontecer, apesar do curto trajecto, até à aterragem tentei resolver a situação. Usando ambas as mãos, 
 
tentei puxar a banda para trás, deslocando o peso para a nádega esquerda, e consegui deslocá-la 2 ou 3 milimetros, o que foi suficiente para 
 
ouvir o reconfortante "click" do fecho do mosquetão!! Eu ainda não sabia, mas acabara de ganhar o dia naqueles parcos segundos de 
 
esforço e suor frio!!
 
Descontraído pela resolução do problema não demorei muito a encontrar uma boa térmica que me levou acima dos 2000m, pelo que 
 
aproveitei a deriva para chegar o mais rapidamente possivel às encostas oeste do Alvão onde poderia ter algum apoio no caso da actividade 
 
térmica estar fraca. Alí chegado e como pude observar que o vento estava SW na zona onde me encontrava, não prometendo grande apoio 
 
nas encostas fugadas resolvi arriscar, naquele que foi um dos momentos chave do voo, pois continuei a avançar para a corda do planalto 
 
apostado na deriva das térmicas da zona plana em direcção aos 1ºs cúmulos que cresciam essencialmente do meio do planalto para leste. 
 
Uma aposta falhada ou uma excessiva deriva para sotavento da térmica era praticamente o final do voo face à cota da zona, mas o cantar 
 
do vário numa correcção para barlavento fez-me perceber que bastaria fazer uns metros em contraderiva para SW para ir ao encontro de um 
 
bom canhão que me haveria de levar para mais perto do centro do planalto já aos 1900m e renovar a esperança de ver alí iniciado o 
 
contacto com a confluência que se estendia para ENE. Já perto do final da travessia pude apanhar as 1ªs térmicas saídas da encosta NE do 
 
Alvão e assim prosseguir para atravessar o vale de Vila Pouca sem perder aquela altitude preciosa que nos permite chegar à face oeste 
 
ainda com margem de trabalho para voltar a subir.    
         
Uma vez por baixo da confluência, que se via pelo menos até à zona do vale de Chaves, segui para NE procurando sempre ficar acima dos 
 
2000m por ser grande a garantia de apanhar a térmica já bastante mais organizada, já que abaixo daquela altitude o dia não estava fácil 
 
pois, apesar de alguma potência, a térmica era estreita e muito fugidia, contorcendo-se continuamente até disparar e se tornar mais larga e 
 
facil de centrar dos 2000 para cima. Este garantia tem sempre um custo em termos de velocidade média e por essa razão na zona do vale de 
 
Chaves olhei para baixo e localizei o afoito Andorinha que rodava a King aos 1800, uns bons 1000 metros à vertical da minha posição, 
 
acompanhando-me sempre na nossa deriva para NE. Julguei que arriscava um contraciclo mas as condições deviam entretanto ter mudado 
 
para melhor abaixo dos 2000 pois foi sensivelmente a essa altitude que ele me acompanhou até ao final da confluência onde finalmente 
 
subiu e nos encontrámos perto do teto do dia, a essa hora, seguindo lado a lado até iniciar o planeio final rumo a Vilar de Lomba onde 
 
combinámos aterrar. A fim de evitar algum lavrador zangado, escolhi um terreno pousio e aterrámos os dois para uma merecida bejeca!
Mondim não nos deixou ficar mal e mais havia para vir...! 
PortugalDanielFolhas @ 2017-04-14 22:45:20 GMT Linguagem Traduzir   
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