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No 2º voo do dia inaugurei a minha "XC season", com uma mão cheia de kms por uma zona pouco explorada em termos de tracks de voo livre com partida do Perdigão. 
O dia prometia ser ventoso, embora à hora do primeiro voo a intensidade ainda não estivesse acima de valores normais para a altitude da descolagem. Por isso optei por utilizar a U4 (Roq Mod), desta feita elevando a fasquia do teste por ser o 1º voo com a asa realizado com sol qb, actividade térmica e vento à mistura. Após a 1ª descolagem a ansiedade inicial foi-se dissipando face ao comportamento correcto da pequena U4 que, fazendo da velocidade e capacidade de penetração as suas principais armas, se mostrou capaz de se manter suficientemente compacta mesmo com a maior velocidade do vento acima dos 700m e apesar de alguma turbulência térmica que poderia eventualmente fazer mossa nos seus 7.7 de alongamento!
Na saída para o 2ª voo, pesembora a previsão, a intensidade do vento não tinha aumentado significativamente em relação à 1ª saída mas os cúmulos eram agora maiores e com melhor aspecto, fazendo prever um potencial maior de oposição ao vento e, por conseguinte, hipóteses alargadas de subir a altitudes que permitissem pelo menos uma aproximação ao teto do dia que já não era particularmente famoso.
Efectivamente, na zona da A23 consegui manter-me no barlavento de uma boa térmica que apareceu na sequência de uma linha de grandes cúmulos que acompanhavam a crista desde NE até ao Perdigão e, subindo a bom ritmo, aproximei-me do teto do dia que não andava muito acima dos 1500m naquela zona. Com o WSW a fazer-me derivar para a vertical de Vila Velha alterei o plano de seguir as cristas até S. Simão e prossegui para ESE até me aproximar do Tejo, inflectindo para NNE e prosseguindo para leste até atravessar o rio na zona de confluência deste com o Ponsul, passando à vertical da barragem de Barco Del Tajo. 
Nesta zona da barragem deparei-me com uma decisão chave em termos de estratégia de voo pois este local, para além de marcar a divisão fronteiriça com o país vizinho, é o ponto de encontro de três barreiras naturais, os rios Tejo, Ponsul e Sever, obrigando a uma escolha da rota que envolve não só o caminho aéreo que parece mais prometedor mas também a perspectiva da logistica que pode ser complicada em determinados locais daquela zona, como é sabido por quem já a cruzou vindo de norte ou de C de Vide!
Neste caso optei por seguir a sul do Tejo, não só porque parecia a zona mais prometedora mas também por acordo com a recolha, estabelecido via radio. 
Nesta altura já começava a ser dificil acompanhar a "fuga" das zonas soleadas, uma vez que a área de cobertura dos grandes cúmulos tinha aumentado algo depressa, provocando demasiada sombra lá em baixo e tudo isto a transformar-se a um ritmo mais dificil de acompanhar. Face ao teto do dia aos 1600, já encostado à base da nuvem, era lícito pensar que qualquer ponto baixo a acontecer era um potencial final de festa, o que veio a acontecer na zona de Herrera de Alcantara, quando baixei dos 1000m e falhei na leitura da direcção do vento lá em baixo que, ao contrário do que julgava, não estava WSW mas sim SE, possivelmente por efeito da forte actividade de alguns grandes cúmulos por cima do Tejo a NE daquela zona.
Aterragem pacifica ao lado de uns simpáticos suinos pretos numa quinta da região, com tempo para arrumar a tralha nas calmas e apreciar a beleza primaveril do montado espanhol enquanto a recolha fazia a volta pela fronteira de Marvão para me apanhar a norte nesta bela zona do Tejo internacional e assim acabar a minha aventura pascal.
PortugalDanielFolhas @ 2016-03-28 21:49:52 GMT Linguagem Traduzir   
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belo relato, como sempre. e boa voaça, pelos vistos. 

PortugalRui Tomé @ 2016-03-28 23:18:21 GMT Linguagem Traduzir   
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Bom voo Folhas ! num dia dificil de meter inveja á malta mas não me parece que tivesse sido um dia para todos. A descrição é mais uma página do manual de voo livre.

PortugalPaulo Gomes @ 2016-03-29 23:49:53 GMT Linguagem Traduzir   
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