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Mais um dia de excelente termodinâmico no Monte Perdigão, aproveitando as condições metorológicas singulares desta zona do país. Desta feita, em relação ao voo alí realizado há uma semana atrás, a aposta era mais alta já que a previsão metia a frente praticamente por cima de toda a área continental a norte do Tejo logo pelas 15h00, com o consequente aumento de instabilidade motivado por temperaturas mais baixas, elevado grau de humidade e vento moderado a forte acima dos 1000m. 
 
Efectivamente, quando cheguei ao local, ainda antes do meio dia, a frescura matinal ainda se fazia sentir acabando por provocar a queda de chuva fraca de uma nuvem mais carregada que por ali passou, durante cerca de 15 minutos. Tal precipitação foi algo desencorajante, uma vez que alí cheguei com o sol a rasgar por entre um céu de cúmulos de pequena e média dimensão, mas aguardei esperançoso no resto do aquecimento que o dia ainda podia trazer. 
 
Após o almoço já se sentia um calor bem mais agradável que foi ao encontro das minhas expectativas de diminuição da instabilidade e subida dos tetos, o que se veio a concretizar.
Embora os ciclos mais fortes indiciassem actividade térmica assinalável, o vento meteorológico era fraco de SSW. Os cúmulos em redor ou não apresentavam perigo ou em casos isolados mostravam algum desenvolvimento vertical que morria na inversão superior relativamente baixa. Ainda assim, e tendo em conta os valores previsto para o dia, decidi ir bem lastrado para dar à Platoon a margem de velocidade máxima que poderia oferecer.
Na saída esse lastro só serviu para me fazer "rapar" até à térmica de serviço mais próxima. Pude então deixar o cheiro dos pinheiros, subir com uma taxa forte e ter o 1º e único assimétrico do dia. Como achei que a esmola podia ser muita, desconfiei e rumei de imediato para cima do vale a SW procurando avaliar a força da ascendente fora da proximidade da encosta, vindo esta a diminuir progressivamente até ao ponto de entrada nas descendentes. Neste, como em quase todos os voos, estes 1ºs minutos foram de avaliação, sempre necessários e ainda mais num dia de instabilidade anunciada. Pude observar que, ao contrário da semana passada, existia uma faixa de altitude onde se subia quase "de graça", factor que me inibiu de inicio em procurar atingir o teto do dia àquela hora. 
 
Rumei a SE percorrendo ora o vale ora a encosta, sempre com o objectivo de manter uma altitude minima pois no solo o vento fraco e as zonas de sombra deixavam adivinhar dificuldades em caso de se ficar baixo.
Apesar da contraderiva para SE pude avançar pois fui gradualmente percebendo que passada a tal faixa acima referida, a taxa de subida diminuia paulatinamente com a aproximação da base das nuvens, como é usual num dia normal e menos instável.
 
Sem dificuldade cheguei ao Tejo, sobevoando na companhia dos residentes das Portas do Rodão, essa magnifica paisagem. As potentes ascendentes que são alí geradas, aliadas à deriva para norte, permitiram um bom "turnpoint" onde me fui aproximando dos 1200m já sem receio de subir, e na dúvida se valeria a pena tentar chegar aos cerca de 1500m do teto e seguir para sotavento! Acabei por desistir da ideia face às previsões do dia e resolvi seguir o objectivo de unir as pontas da(s) serra(s).
 
Nesta altura, a única ameaça visivel de precipitação do dia durante o voo ocorreu a uns bons kms a SW do local, derivada de uma massa nebulosa que tinha escapado à "linha de defesa" das serras entre as quais se encontra a Serra do Bando e a deco de Mação. A deriva ameaçava trazer a precipitação para o quadrante mais a norte mas o vento, que se mantinha de SSW, iria fazer com que, na pior das hipóteses, a cacimbada fosse passar na ponta oeste da serra, o que que acabou por acontecer já com reduzido volume de precipitação. Aproximei-me então da A23 e, a um planeio da aldeia de Perdigão e com aterragens à vista no sopé da serra por baixo de mim, aguardei a uns bons 15kms o definhar da precipitação, rodando tranquilamente na companhia dos abutres que por ali andavam em grupos mais ou menos numerosos.
 
Já a sombra tinha dado novamente lugar ao sol nos vales a NW das Portas do Almorão quando subi por cima da eólica para preparar a melhor zona de transição para transpôr esse curso de água que atravessei sem dificuldade. 
A NW do Almorão o "vazio" térmico que se seguiu à cacimba ainda me obrigou a trabalhar com algum afinco para subir numa ascendente escondida pela deriva de Sul, que se fez sentir durante 15 ou 20 minutos, e que fazia demasiado fugadas as encostas. Centrada a térmica pude subir o suficiente para calcular uma transição possivel por cima do vale aberto de Catraia Cimeira até à ponta mais ocidental da serra, um dente separado do resto das encostas e ladeado pela N233 que nunca tinha atingido antes.
Ao sobrevoar esse último afloramento pude constatar um ciclo mais forte em termos de vento do que até essa hora e decidi identificar sem mais demoras as possiveis aterragens pois não valia a pena forçar a janela de voo do dia, que já tanto me tinha dado face às desesperançadas previsões fornecidas por alguns sites. 
    
Ainda deu tempo para para lanchar e dobrar a asa à sombra no campo de futebol da bonita localidade de Sobreira Formosa. Quando saí de lá pelas 17h30 o vento estava SW puro na eólica do Perdigão, desconheço com rigor a intensidade mas poderia eventualmente ainda estar voável.
A chuva a sério e as trovoadas tambem as vi, mas já no final do dia a oeste da zona da Sertã e no regresso a casa. O céu desabou como é habitual no "Triângulo das Bermudas" com especial enfoque para a zona de Figueiró dos Vinhos e a partir de Avelar até Condeixa. 
PortugalDanielFolhas @ 2014-09-15 23:09:15 GMT Linguagem Traduzir   
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