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Voozinho à maneira para iniciar a época, na companhia do Sobrinho Hugo e com ajuda e recolha do Luís Vieira. Dificilmente podia ter sido melhor. Flagelem-se pr´aí por não terem vindo e vão ficando com água na boca que eu já vos conto...

PortugalRicardo Marques da Costa @ 2014-03-29 21:44:44 GMT Linguagem Traduzir   
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Caros Bazófias,

De acordo com o que publiquei ontem no Timba Calhau, lá estava eu na Galp da A1 às 09:00. Encontrei-me logo com o Luís Vieira e cinco minutos depois chegou o Hugo Pronto.

Ainda esperámos mais 10 minutos mas, ao contrário do que as manifestações fervorosas dos dias anteriores sobre as vontades de voar podiam deixar antever, moita carrasco: não apareceu mais ninguém.

"Encarrámos" os três no meu Mercedes e lá fomos para Montejunto, com um céu que ia abrindo gradualmente mas com o tecto bem abaixo do cimo da serra, como constatámos quando chegámos à Abrigada para comprar sandes.

Aproveitámos para ir ver as aterragens, primeiro nos galinheiros, a Leste, e depois a Noroeste, à procura de alternativas ao "campo do Refilão", já que o Pedro Raimundo tinha o burro amarrado e não atendia o telefone para nos dar o número do filho do Refilão, bem mais acessível que o pai.

Nem campo alternativo nem número... Combinámos que se tivesse de ser aterraríamos numa tirinha ao lado do campo do Refilão e fomos para cima.

Ao chegarmos à descolagem Norte, surpresa: ventinho mesmo de frente de 10 a 15 km, o tecto 100 m acima...

Começámos logo a montar, sem pressas que a hora prevista de início da actividade era depois das 13:00.

Às 13:30 a condição estava igual, com tecto apenas 200 m acima das antenas e muitas nuvens, que cobriam praticamente toda a serra. Descolei sem problemas, que a descolagem é do melhor, 3 m a 45º e depois o vazio, mesmo como eu gosto. Logo a subir bem, a virar para a esquerda... Afinal era só ladeira... O Hugo saiu 5 minutos depois, direitinho, e para ali andámos hora e meia, a fazer uma ladeirita entremeada de uns bufos moles e pouco consistentes que as nuvens marcavam. De vez em quando lá se enrolavam 3 ou 4 voltas seguidas mas, como estávamos pertinho da ladeira, rapidamente ficávamos muito derivados e ainda baixo - sempre bem abaixo dos 1000 m - pelo que desistíamos e voltávamos para a encosta. De vez em quando o Hugo dizia que "na Fonte da Telha é que estávamos bem, lá é que se fazem uns quilómetros valentes". Eu protestava...

Como a paciência não é o meu forte, às tantas fui para a frente, para NW e para debaixo de uma nuvem mais escura que lá vinha; aos 600 m, no sopé da serra, apanhei algo que me levou até ao cloudbase a 1100 m. Finalmente ! Fui então mais para a frente, meio entubado, à espera que o Hugo apanhasse alguma coisa enquanto lhe dizia que não, não me iria embora sem ele.

Subi mais 50 m voando em frente e continuei até ter apenas 900 m antes de voltar para trás, para a ladeira. Apanhei logo outra, mais ou menos no mesmo sítio da primeira, enquanto o Hugo subia, finalmente, já atrás da descolagem mas de uma forma regular.

Cheguei de novo aos 1000 m, por cima da descolagem, com o Hugo 1 km mais para Este e ligeiramente mais baixo que eu. Às tantas faz menção de vir ter comigo e eu digo-lhe que não, que aproveite para se ir embora para SE que eu ia logo atrás dele.

E assim foi, com ele a queixar-se de "estar a descer como um calhau" e eu 1 km atrás e 200 m mais alto, que chegámos à Abrigada. Aí vejo-o outra vez a dar meia volta e vir para trás; vinha para o conforto da aterragem dos galinheiros. Chamei-lhe nomes, disse-lhe que sobre a Abrigada estava uma mini-térmica e lá ficámos, subindo devagarinho (de 0,5 a 1 m/s), ele em baixo e eu em cima, conversando esporadicamente um com o outro e com o LV, que entretanto já vinha a descer o monte e que nos via. Foi dando, e a deriva agora já ajudava, de modo que esperei até ele chegar à minha altura, a 1000 m, e, já com a garantia de que pelo menos chegávamos à Ota, seguimos juntos para SSE. Juntos é uma maneira de dizer, eu à frente e ele atrás, na direcção de uns campos brancos a SW da Ota, onde poderíamos aterrar.

Foi nesses campos que apanhámos a maior térmica do dia, que nos levou de 600 a 1300 m, derivando sempre na direcção do Tejo e da lezíria de aterragens infindáveis e, certamente, muito enlameadas. No fim dessa térmica entubámos de novo, eu 200 m acima dele, pelo que tive de picar a sério para sair rapidamente da nuvem e seguir em direcção a Samora Correia. Nessa fase começámos a ir mesmo juntos, sempre a falar e a combinar a estratégia, eu a enrolar para a direita e ele para a esquerda. Puto, é para a direita !, gritava eu pelo rádio. Não posso, Tio, só consigo ouvir o variómetro quando viro para a esquerda, respondia ele. Lá fiz umas voltinhas para a esquerda mas, mais adiante, passámos quase sempre a enrolar cada um para o seu lado mas em círculos afastados qb.

O LV vinha mesmo em baixo de nós. Conseguíamos vê-lo e falar bem com ele, dando-lhe as instruções para o seu percurso em termos de em que rotunda ou cruzamento devia virar. Super-tranquila e reconfortante, esta coisa de ter a recolha à vista.

E lá fomos voando, escolhendo o percurso de acordo com a vastidão das aterragens, subindo uma última vez a quase 1500 m. Ao fim de 3:00 horas de voo, com os cirros que chegavam atrás de nós, a bexiga a dar a dar e uma fase (muito) menos boa de aterragens pela frente, sugeri que aterrássemos no último campo disponível. Não aproveitei uma última proposta de térmica e lá me pus a enrolar muito inclinado, para descer os últimos 600 m.

Aterragem sem espinhas, com uma fogueira próxima a fazer de manga, num prado verde, enorme e seco, seguido cinco minutos depois pelo Hugo.

O Luís chegou quando eu já tinha empacotado a asa e ainda estava a arrumar o arnês. Depois esperámos duas horas (ou foram quatro ?), que o Hugo acabasse de dobrar a asa nova e verificar cada dobra, e dobrar melhor e verificar de novo, e dobrar ainda melhor e depois verificar, dizendo de 15 em 15 minutos que "tá quase"...

Às 19:30 estávamos de volta a onde eles tinham deixado os carros. Só cheguei a casa meia hora depois porque a segunda circular estava cheia de lagartagem.

Foi um diazinho à maneira: eu nunca tinha feito um voo de 60 km tão baixo, nunca tinha feito um cross em Março, o Hugo fez a sua maior distância de sempre, voámos no "interior" a uma hora de casa...

Bom augúrio para a "saison" de 2014.

Nas fotografias:

1 - Descolagem, com o Hugo já preparado;

2 - No cloudbase;

3 - Entubado;

4 - Aterragem do Hugo.

 

PortugalRicardo Marques da Costa @ 2014-03-30 23:06:10 GMT Linguagem Traduzir   
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Roo-me de inveja, daquela boa.

OBrigado pelo relato.

 

Ricardo

Guest: RicardoLouro @ 2014-03-30 00:02:42 GMT Linguagem Traduzir   
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Parabéns, Ricardo pelo maravilhoso voo! 

Altamente longo baixo voo!

Deve ser extraordinária a vista e a sensação da travecia sobre o rio. 

Abraço,

 

Marco Vieira

 

 

PortugalMarco Paulo dos Santos Vieira @ 2014-03-30 01:58:30 GMT Linguagem Traduzir   
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Pois é, voar assim é outra coisa!

Thumbs up para:

- O Tio a puxar para cima e para a frente, no rádio

- O Luís a assegurar que ninguém ficava agarrado, numa presseguição que só faltava ser filmada (e dava com uma camera boa, de tão baixo que seguíamos a voar)

- Mega campo para aterrar com uma fumarola nas imediações a ditar o sentido de aterragem 

Tudo, incluindo a escolha do campo para aterrar, seguido de como se faz, foi á conta do Tio. O Puto não teve de puxar muito pela cabeça  xD

Obrigado aos dois!

 

 

PortugalHugo Pronto @ 2014-03-30 12:12:26 GMT Linguagem Traduzir   
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Granda pinta, Parabens :)

Bem que eu dizia ao meu aluno Nelson, a voarmos no Salgado, que as nuvens "lá pra trás" estavam lindas. 

PortugalCarlos Virgílio @ 2014-03-30 20:49:28 GMT Linguagem Traduzir   
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Belos voaços, muitos parabéns!

Acho que nunca tinha visto um voo neste itinerário, a dizer adeus ao resto da "passarada"!...

Só mesmo nesta altura do ano para fazer um voo assim. E é preciso "acarditar"! smiley

PortugalAntonio Aguiar @ 2014-04-01 17:50:48 GMT Linguagem Traduzir   
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