Quando pelas 11h30 da manhã, antes de Amarante, vislumbrei o fumo do 1º incêndio visivel do dia alí para os lados do Marão, imaginei de imediato que a viragem prevista do vento, que ainda estava ESE, traria o fumo direito a Mondim, mas nunca me passaria pela cabeça que cerca de 3 horas depois conseguiria observar nada mais que 13 grandes colunas de fumo que abarcavam os quadrantes N-W e Sul, deixando a Srª da Graça cercada por uma parede de fumo acastanhado que apenas desanuviava para leste!
Se estivesse noutro pais certamente que ouviria as pessoas ali chegadas à bela igreja, no cimo do Monte Farinha, comentar com desagrado, surpresa ou mesmo fúria tal cenário dantesco. Mas não, aos inúmeros ciclistas e outros peregrinos do local não se ouvia praticamente comentários a tal crime... Neste país parece que já é normal estar cercado por mais de uma dezena de incêncios de grandes dimensões que devoram milhares de hectares de floresta todos os anos e mais recentemente roubaram a vida a muitos homens e mulhers que os combatiam!
Por isso, foi um dia de voo que poderia ter resultado mais cedo não fosse a "parede" de fumo que impediu em boa medida o aquecimento da zona a oeste da descolagem, saindo as térmicas do inicio da tarde um pouco fracas, estreitas e vulneráveis às inversões que se iam encontrando logo aos 1100m e depois aos 1400. A partir das 15h30 o dia térmico melhorou, desaparecendo as inversões que acima referi, mas os ciclos continuaram bastante espaçados como até aí, o que era visivel nos espaçados cúmulos entretanto aparecidos que de "fluxo" em "refluxo" tanto davam a impressão de marcar o final do dia como 20 minutos depois o adiavam voltando a renovar a actividade térmica por baixo deles.
Apesar dos magnificos tetos acima dos 3000m, teria sido um dia bem mais bonito sem o mar de castanho que vestia o ar abaixo da inversão e que se espalhou desde o Douro até à fronteira norte do país!
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Quando pelas 11h30 da manhã, antes de Amarante, vislumbrei o fumo do 1º incêndio visivel do dia alí para os lados do Marão, imaginei de imediato que a viragem prevista do vento, que ainda estava ESE, traria o fumo direito a Mondim, mas nunca me passaria pela cabeça que cerca de 3 horas depois conseguiria observar nada mais que 13 grandes colunas de fumo que abarcavam os quadrantes N-W e Sul, deixando a Srª da Graça cercada por uma parede de fumo acastanhado que apenas desanuviava para leste!
Se estivesse noutro pais certamente que ouviria as pessoas ali chegadas à bela igreja, no cimo do Monte Farinha, comentar com desagrado, surpresa ou mesmo fúria tal cenário dantesco. Mas não, aos inúmeros ciclistas e outros peregrinos do local não se ouvia praticamente comentários a tal crime... Neste país parece que já é normal estar cercado por mais de uma dezena de incêncios de grandes dimensões que devoram milhares de hectares de floresta todos os anos e mais recentemente roubaram a vida a muitos homens e mulhers que os combatiam!
Por isso, foi um dia de voo que poderia ter resultado mais cedo não fosse a "parede" de fumo que impediu em boa medida o aquecimento da zona a oeste da descolagem, saindo as térmicas do inicio da tarde um pouco fracas, estreitas e vulneráveis às inversões que se iam encontrando logo aos 1100m e depois aos 1400. A partir das 15h30 o dia térmico melhorou, desaparecendo as inversões que acima referi, mas os ciclos continuaram bastante espaçados como até aí, o que era visivel nos espaçados cúmulos entretanto aparecidos que de "fluxo" em "refluxo" tanto davam a impressão de marcar o final do dia como 20 minutos depois o adiavam voltando a renovar a actividade térmica por baixo deles.
Apesar dos magnificos tetos acima dos 3000m, teria sido um dia bem mais bonito sem o mar de castanho que vestia o ar abaixo da inversão e que se espalhou desde o Douro até à fronteira norte do país!
Dedico este voo aos Bombeiros Portugueses.